O mito das boas intervenções

Por Michael Parenti, via Peace Review, traduzido por Eros Viana

Os oficiais da política externa dos EUA afirmam que eles intervieram em outros países por causas dignas, como o cumprimento de missões humanitárias, a defesa de povos mais fracos contra a agressão, e o apoio aos governos democráticos. Vamos aqui investigar essas alegações.

Contrário à crença popular, os EUA — assim como a maior parte das outras nações — não tem particularmente um registro histórico de ações humanitárias que seja impressionante. É verdade, muitas nações, incluindo a nossa, já exportaram socorro em resposta a crises particulares. Mas estas ações não representam compromissos essenciais da política externa. Eles ocorrem esporadicamente, têm um escopo limitado, e acabam por ofuscar as muitas ocasiões quando governos fazem absolutamente nada para outros países em situações desesperadas.

A maior parte das missões de ajuda dos EUA servem como pretexto para objetivos políticos ocultos: nominalmente, para fortalecer regimes conservadores, para construir infraestrutura para grandes investidores, para aumentar a legitimidade de programas de contra-insurgência, e para minar a autossuficiência agrária enquanto promove o produto do agronegócio dos EUA.

Em ocasiões memoráveis, oficiais dos EUA demonstraram ser qualquer coisa exceto humanitários. Considere o Holocausto. A administração Roosevelt virtualmente nada fez para acomodar dezenas de milhares de judeus que buscavam escapar do extermínio implementado pelos nazistas. Washington se recusou a aliviar os restritivos contingentes de imigração, e nem mesmo preencheram o limitado número de vagas disponíveis destinadas aos judeus. Oficiais dos EUA até mesmo persuadiram governos latino-americanos para fechar suas portas para a imigração europeia.

Considere a África do Sul. Por décadas Washington nada fez para desencorajar o país racista dominado por brancos de infligir miséria e morte em sua população africana. Pelo contrário, os líderes dos EUA mantiveram o comércio e relações de investimento com o regime do apartheid. Da mesma forma, os EUA não levantaram um dedo de sua política humanitária para parar o massacre do Paquistão Ocidental de massacrar o Paquistão Oriental (depois renomeado Bangladesh). Estavam mais preocupados com evitar que a Índia e a União Soviética ampliassem sua influência na região. E na década de 1980, o estado de segurança nacional [national security state] silenciosamente deu assistência ao Khmer Rouge em suas campanhas de desordem e assassinato, utilizando-os como uma força de desestabilização contra o governo socialista no Camboja.

Seja nas terras indígenas nas florestas trópicas da América do Sul e do Sudeste da Ásia, ou sejam os curdos, biafrenses, ou palestinos, seja no além mar, chineses na Indonésia, timorenses, angolanos, moçambicanos, guatemaltecas, salvadorenhos, ou dezenas de outros povos, os EUA fizeram pouco para salvá-los de seus terríveis apuros, e na maioria das circunstâncias fizeram muito para auxiliar seus opressores.

O Afeganistão tem sido utilizado de um exemplo de uma boa intervenção: o resgate de um povo em apuros da agressão soviética. Na realidade, o desestabilizador do Afeganistão não foi Moscou, mas o estado de segurança nacional dos EUA. Anos antes das tropas soviéticas entrarem no país, a administração Carter estava prestando assistência a tribos afegãs que se rebelavam contra o governo de Cabul. Cabul tinha um pacto de não-agressão com Moscou e recebia ajuda militar e econômica de Moscou. No final da década de 1970, os militares afegãos lançaram uma revolução social que incluía programas de alfabetização, habitação, reforma agrária e da saúde pública.

Os proprietários de terra e os homens tribais mujahideen — baseados sobretudo no Irã e no Paquistão — aceleraram sua rebelião, ajudados por bilhões de dólares de auxílio vindos dos EUA e da Arábia Saudita. Para os senhores de terra feudais, a característica insuportável do governo revolucionário era seu programa de reforma agrária para os fazendeiros inquilinos. Para os homens da tribo, essa característica insuportável era a dedicação do governo pela igualdade de gênero e educação das mulheres e das crianças, e sua campanha para a abolição do cultivo de ópio. Os soviéticos entraram na guerra após repetidos pedidos do governo sitiado de Cabul. Em 1988, Moscou buscou retirar suas tropas e pediu por um governo de coalização não-socialista, multipartidária que incluiria uma grande parte para os rebeis.

Os EUA intervieram no Afeganistão se posicionando do lado dos senhores feudais que tinham sido destituídos do poder, dos chefes tribais reacionários e dos traficantes de ópio. Se esta é uma causa digna, o que seria uma causa indigna? Dentre os mais perversos guerrilheiros mujahideen estava Gulbuddin Hekmatyar[1], que invadiu o Afeganistão em 1975 com uma força criada majoritariamente por militares paquistaneses e pela CIA. Um grande recipiente de assistência dada pelo exército dos EUA, ele era o maior traficante de heroína do Afeganistão. Lá pela metade da década de 1980, os mujahideen afegãos supriam cerca de metade da heroína consumida nos EUA e eram os maiores exportadores de ópio do mundo.

Em sua investigação independente da guerra no Afeganistão, Steve Galster e John Fullerton descobriram que os mujahideen cometiam pilhagem, estupros, assassinato de civis e a tortura e execução de prisioneiros de forma generalizada. Essas atrocidades passaram desapercebidas pela mídia dos EUA. Os soviéticos recuaram do Afeganistão em 1988. O governo de Cabul durou até 1992 quando foi retirado do poder pelos rebeldes. Os triunfantes mujahideen começaram imediatamente então guerrear um com o outro, destruindo cidades, aterrorizando populações civis e operando execuções em massa.

As intervenções dos EUA no Afeganistão se mostraram pouco diferente das intervenções dos EUA no Camboja, em Angola, Moçambique, Etiópia, Nicarágua e alhures. Ela teve a mesma intenção em prevenir mudança social igualitária, e o mesmo efeito de derrubar um governo economicamente reformista. Em todas essas instâncias, a intervenção trouxe elementos retrógrados para a ascensão, deixou a economia em ruínas, e sem piedade destruiu centenas de milhares de vidas.

Dia antes de deixar a presidência em janeiro de 1993, o presidente Bush mandou tropas para a Somália supostamente para salvaguardar a distribuição de comida para seu povo faminto. Aqui parecia ser outra causa humanitária digna. Mas por que Bush, que passou sua carreira pública inteira não incomodado pela pobreza e a fome em casa e no estrangeiro, subitamente se comoveu tanto com a luta contra a fome na Somália? Por que em nenhum dos outros países africanos onde a fome tem dominado? E por que um empreendimento militar tão elaborado para um “alívio de fome” humanitário?

A verdade escapou quando o Los Angeles Times (18 de janeiro, 1993) relatou que “Quatro grandes empresas de petróleo dos EUA estão silenciosamente sentadas em cima de uma potencial fortuna em concessões exclusivas para explorar[2] dezenas de milhões de acres do interior somali”. A história observa que “quase dois terços da Somália” era alocada para “as gigantes estadunidenses do petróleo Conoco, Amoco, Chevron e Phillips nos últimos anos antes que o presidente pró-EUA Mohamed Siad Barre fosse derrubado”. As empresas estão “bem posicionadas para buscar as reservas de petróleo com maior potencial da Somália no momento em que a nação for pacificada”. O artigo relata que “especialistas em ajuda humanitária, analistas veteranos da África Oriental e vários somalis proeminentes” acreditam que “o presidente Bush, um antigo homem do petróleo texano, foi movido a agir na Somália, pelo menos em parte,” para proteger os interesses corporativos do investimento do petróleo ali.

O artigo do Times nota que muitos especialistas em desenvolvimento estrangeiro e somalis estavam “profundamente perturbados pela linha borrada” entre o governo dos EUA e grandes companhias de petróleo. Como um especialista notou “Isto deixou todos pensando que a grande questão aqui não é o alívio da fome, mas o petróleo”. A matéria relata que geólogos, especialistas em petróleo, e o próprio Bush — quando ele era vice-presidente — tinham notado publicamente as ricas reservas da região. “Mas desde que a intervenção dos EUA começou, nem a administração Bush nem nenhuma companhia de petróleo … comentaram publicamente sobre o potencial de produção de petróleo e gás natural da Somália”.

Talvez eles ficaram tão preocupados com os aspectos humanitários da missão que eles simplesmente esqueceram das concessões bilionárias do petróleo.  Mais provável, eles preferiram não alertar o público sobre esta possibilidade de que tropas estadunidenses estariam mais uma vez providenciando os músculos para grandes empresas.

Esta intervenção foi tratada como humanitária, e depois como uma operação para a construção do país. Na realidade, tropas dos EUA e da ONU lutaram em batalhas campais contra forças locais, matando alguns milhares de somalis, na caça por um “senhor da guerra” que era considerado com um pensamento muito independentista. Quando 18 tropas dos EUA foram mortas, a pressão pública contra a intervenção começou a aumentar nos EUA. Eventualmente o contingente dos EUA deixou a Somália, mas 19.000 tropas da ONU permaneceram para continuar a construir um estado-nação que seria aproveitável para corporações transnacionais.

Em muitas áreas da Somália sem a presença da ONU, a luta tribal diminuiu e estudantes, líderes comunitários, donos de negócios locais, e vários representantes de frações geraram acordos de paz duradouros. Em áreas que as forças da ONU permaneceram, lutas de frações continuaram, com clãs lutando pelos empregos da ONU, contratos e milhões de dólares em pagamentos para vários serviços (Op-ed New York Times, 6 de julho, 1994).

O Haiti provê outro exemplo. As forças dos EUA aparentemente intervieram para restabelecer o presidente democraticamente eleito. Com certeza aqui, foi uma “boa intervenção”. Mas vamos dar um olhar mais de perto.

Em 1990, um padre populista, Padre Jean Bertrand Aristide — rotulado como uma pessoa de esquerda por tomar partido dos pobres contra os ricos — venceu em uma esmagadora vitória eleitoral com 70% dos votos para se tornar o primeiro presidente livremente eleito do Haiti. Durante seu breve mandato, Aristide lutou contra a corrupção do governo e por serviços públicos mais eficientes. Ele tentou dobrar o salário mínimo de 2 dólares para 4 dólares por dia (não por hora). Ele promoveu projetos de seguridade social e de reforma agrária que eram opostos aos bancos e à embaixada dos EUA. Ele apoiou fazendas cooperativas iniciadas por camponeses no interior do país.

Nove meses dessas iniciativas democráticas foram demais para os militares do Haiti. O general treinado pelos EUA Raoul Cedras e seu exército tomou poder e assassinou alguns milhares dos apoiadores de Aristide, espancando e torturando muitos outros. O golpe militar ganhou o apoio de haitianos ricos, investidores estrangeiros e da hierarquia dos católicos. Sob pressão do Vaticano, a Ordem Salesiana do padre Aristide o expulsou por “incitação à violência, exaltação da luta de classes” e por ter “desestabilizado os fiéis” (San Francisco Bay Guardian, 21 de setembro, 1994)

Em sua subsequente campanha de terror, os militares foram assistidos por uma força policial especial, FRAPH — A resposta do Haiti à Gestapo[3] — a qual a CIA criou, financiou, treinou e supervisou. A FRAPH trabalhou como os olhos e ouvidos da CIA, enquanto também se engajava na mais que bilionária rede de tráfico de drogas do Haiti.

Por mais de três anos Washington fez próximo a nada para restaurar Aristide ao poder. Ao invés, a CIA afirmou que ele era mentalmente instável. O presidente Clinton eventualmente impôs sanções econômicas ao Haiti, e em setembro de 1994 invadiu o país com o suposto objetivo de reavivar a democracia e restaurar Aristide ao governo.

No primeiro dia da ocupação, porém, foi anunciado que era para as tropas estadunidenses cooperar com os militares haitianos. O general Cedras se manteria no governo por outro mês, e nem ele nem suas tropas precisariam deixar o país. Os militares haitianos não iram ser debandados nem reconstituídos com as forças populares leais a Aristide e dedicadas à democracia. Anistia total foi garantida ao exército inteiro por crimes horríveis. Os EUA também anunciaram que os ativos nos bancos estadunidenses — totalizando milhões de dólares pilhados do povo haitiano — seriam descongelados e liberados aos generais.

Para Aristide seria permitido o término de seu mandato — mas sob um preço substancial. Ele foi forçado a aceitar um acordo com o Banco Mundial que iria, entre outras coisas, deslocar poderes presidenciais para o parlamento conservador, privatizar massivamente o setor público, cortar os cargos públicos pela metade, reduzir impostos e regulações em corporações estadunidenses no Haiti, aumentar subsídios para exportações e corporações privadas, e abaixar taxas de importação. Representantes do Banco Mundial admitiram que essas medidas iriam ferir os haitianos pobres, mas beneficiariam os “iluminados investidores de negócios”.

Ao mesmo tempo, os apoiadores de Aristide eram proibidos de fazerem manifestações. A inteligência militar dos EUA, trabalhando intimamente com a inteligência haitiana, preparava-se para juntar forças populares e impor detenções massivas, se necessário. O antigo Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos James Schlesinger notou (ABC-TV, 16 de setembro, 1994) que as forças dos EUA teriam que prevenir “as pessoas do Aristide de cometer represálias”. Muitos delas são pobres, ele disse, e talvez queiram saquear as casas dos ricos. “Nós iremos achar difícil, e Aristide irá achar difícil, controlar suas pessoas. O risco que temos é que haverá saques, protestos, e uma grande número de mortes com os quais seremos associados”. Claramente, os EUA estavam no Haiti para proteger os ricos dos pobres e os militares do povo, não o contrário. Poderia se pensar [pela fala do Conselheiro] que o povo são os opressores econômicos e assassinos armados, ao invés das vítimas.

Durante a ocupação, as firmas dos EUA no Haiti continuaram despedir pessoas que tentavam se sindicalizar e continuaram a pagar trabalhadores dez centavos a hora por uma jornada de trabalho de dez horas. Muito pouco do lucro das empresas permanece no Haiti para promover o desenvolvimento do país.

Enquanto foi propagandeada pela Casa Branca e pela mídia como uma operação de resgate pela democracia, a intervenção dos EUA no Haiti não foi diferente das intervenções em numerosos países: ela ocorreu para fortalecer o sistema de classe existente, para suprimir ou marginalizar organizações populares e tirar o poder de seus líderes, e para prover uma polícia suave e um facelift militar — expurgando alguns atores notórios enquanto mantinha o sistema repressivo intacto. A força intervencionista — agora sob a forma do contingente da ONU — permanece no Haiti para executar o que o antigo conselheiro de segurança nacional, Brent Scowcroft, chamou de uma “complexa pacificação” e uma “incerta construção de uma nação”.

Em 1915, a última vez que tropas dos EUA invadiram o Haiti, foi sob o pretexto de “restaurar a estabilidade”. Essas tropas implementaram um programa de “pacificação” que matou 15.000 haitianos. Eles não se retiraram até 1934, após colocar um aparato militar autocrático que permanece até hoje.

Em suma, nós deveríamos prestar menos atenção ao que os legisladores dos EUA professam ser seus motivos — já que qualquer um pode professar dedicação para causas nobres — e dar mais atenção ao que eles fazem de fato. Na maior parte dos casos eles escondem do povo estadunidense suas reais intenções. Se soa como o que algumas pessoas chamam de “teoria da conspiração”, então que seja. Na realidade, os próprios legisladores admitem sua furtividade, regularmente sublinhando a necessidade de manter ambos o público e o Congresso desinformados.

Ocasionalmente, porém, legisladores deixam a verdade escapar. Em 1947, o assessor presidencial Clark Clifford justificou a intervenção na Grécia e na Turquia ao observar que “o desaparecimento da livre iniciativa em outras nações ameaçaria nossa economia e nossa democracia”. Em sua mensagem em seu discurso sobre o Estado da União em 1953 o presidente Eisenhower observou, “Um sério e explícito propósito da nossa política externa [é] o encorajamento de um clima acolhedor para o investimento em nações estrangeiras”. Em 1982, o vice-presidente Bush disse, “Nós queremos manter um clima favorável para investimento exterior na região do Caribe, não meramente para proteger o investimento já existente dos EUA ali, mas para encorajar novas oportunidades de investimento em países estáveis, democráticos e orientados pelo livre-mercado perto de nossas costas”.

Com a derrubada do comunismo na Europa Oriental, líderes dos EUA e a mídia de notícias começaram a intimar algo mais em suas agendas para as antigas “nações prisioneiras” do que meramente eleições livres. De que utilidade era a democracia política, eles pareciam dizer, se permitia uma economia que era socialista ou até mesmo social democrata? Eles sugeriram que um país não podia ser verdadeiramente democrático se ainda fosse socialista. Publicamente, eles começaram a reconhecer que instalar o capitalismo nas antigas nações comunistas era o objetivo da política dos EUA, até mesmo se essas nações já tivessem adotado o sistema democrático político Ocidental.

A tarefa de propaganda dos líderes dos EUA e de formadores de opiniões era de acoplar o capitalismo com a democracia, algumas vezes até mesmo tratando os dois como uma e a mesma coisa. Claro, eles podiam ignorar os vários regimes capitalistas não-democráticos da Guatemala à Indonésia ao Zaire. Mas “capitalismo” ainda soava, bem, muito capitalista. Os termos preferidos eram “livre-mercado”, “economia de mercado”, e “reformas de mercado”, conceitos que pareciam incluir mais de nós do que o Fortune 500[4].

Em 1994, o representante Lee Hamilton, então presidente da Comitê de Relações Exteriores dos EUA, escreveu para mim que “nós devemos colocar Cuba em contato com … os benefícios econômicos do sistema de livre-mercado”. O embargo contra aquela nação foi colocado em prática para “promover mudança democrática em Cuba e retaliação pela tomada em larga escala dos ativos estadunidenses pelo regime de Castro”.

Desnecessário dizer, Hamilton não explicou o motivo pelo qual seu próprio governo — que havia apoiado a ditadura cubana por gerações antes de Castro — estava agora tão preocupado com instaurar a democracia na ilha. Mas ele reconheceu, de forma reveladora, que a política dos EUA era dedicada a avançar a causa do “sistema de livre-mercado” e de retaliar a “tomada em larga escala de ativos estadunidenses”. Em muitas palavras, ele estava nos dizendo que o comprometimento fundamental da política dos EUA era tornar o mundo um lugar seguro para o investimento corporativo alhures.

Uma vez eleito, o próprio Clinton começou a ligar democracia e livre-mercado. Em um discurso diante da ONU (27 de setembro, 1993) ele disse: “Nosso propósito predominante é expandir e fortalecer a comunidade mundial de democracias baseadas no livre-mercado”. Mas como demonstrado em numerosos países, quando forçado a escolher entre democracia sem capitalismo ou capitalismo sem democracia, as elites Ocidentais sem hesitação abraçam o segundo.

Aqueles que duvidam da dedicação consciente dos legisladores dos EUA em propagar o capitalismo devem notar como as “reformas do livre-mercado” são demandadas em um país após o outro. Nós não mais precisamos atribuir tais intenções. Quase todas as suas ações, e agora — cada vez mais — em suas próprias palavras, testemunham o que eles estiveram fazendo.

______

[1] Nota de tradução: Gulbuddin Hekmatyar é o fundador do grupo de milícia paramilitar Hezb-e Islami Gulbuddin, que recebia financiamento, treinamento e armas dos EUA através da conexão com o Paquistão.  Famoso por sua brutalidade, Gulbuddin Hekmatyar foi apelidado de “o Carniceiro de Cabul”.

[2] Nota de tradução: a notícia dada fala “explore and exploit”. Uma palavra, “explore”, significa “explorar economicamente” um produto (No sentido de “exploração de minério”, por exemplo) e a outra, “exploit”, significa explorar no sentido de exploração do trabalho, optei por omitir uma das duas palavras, já que ambas têm o mesmo significado em português.

[3] Nota de tradução: duas breves notas: a FRAPH é a Front Révolutionnaire Armé pour le Progrès d’Haïti (Frente Revolucionária Armada pelo Progresso do Haiti) e aqui Parenti quer dizer que a frente era a “versão” haitiana da Gestapo.

[4] Nota de tradução: lista de 500 maiores empresas publicada pela revista Fortune.

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